As Fazendas Do Meu Soba


O nobre soba de Portimão
filho da nossa querida Huíla,
das estirpes que ela destila
tem bons tecidos de algodão...

Entre missangas sortidas,
de coral falso e verdadeiro,
campainhas e outras miudezas,
conchas raras, e outras belezas
em profusão do seu tinteiro
de samacacas coloridas...

Chitas, zuartes, fazenda de lei,
pintadas, lenços, riscado,
algodão cru, baeta; mais não sei...
Tantas no baú tem guardado!

"De trinta quilos faria um fardo;
se ordinária for a fazenda, as jardas
contar-se-ão seiscentas e vinte e quatro;
mas cento e oitenta serão,
se de boa qualidade for o algodão..."(*)

Esplendoroso entre as meninas,
o Soba a todas acolhia,
com grande simpatia,
poderoso e mui afamado.
Mesmo sem armas lazarinas,
com Amor envolvido em panos,
assim prossiga por muitos anos,
porque é um Grande Sobado!

(*)(Assim alto falava durante o sono, em véspera de Ceia, preocupado com certos panos...)