Ao feitiço da negra capa,
o da natureza fica a perder,
e a ambos ninguém escapa.
O que estou aqui a fazer?
Então, estou a viver o quê, aqui,
que não tenha noutro lado?!
Que orixá há por aqui,
que noutro lugar me seja negado?!
Se a lua é igual em toda a parte,
o que tem Maconge ao luar,
que as árvores recordam obras de arte
e as sombras são silêncios a deslumbrar?!
Se em Maconge tenho o que me falta,
então nada falta a tudo o que tenho,
e, se mais ardente o espírito da malta,
mais longínquo é o que desdenho.
Ora, sem nada de profundo,
respondo-vos ao que estou aqui a fazer:
a engrandecer o meu mundo
neste outro que é meu perder!
Maconge é tudo
e ainda tem tudo para ser!
Conheci, ainda moço
Conheci, ainda moço,
uns sóis de Maconge,
num oásis, daqui bem longe,
quando peso a mais não era osso.
Um, era Rei,
um imbondeiro enorme
cuja flor se consome
onde haja da sua grei;
o outro, seria confrade,
se fosse caso disso
e não régio feitiço
de companheiro sem idade;
foi Vice-Rei, Majestoso,
e deixou-nos o legado
do reino por todo o lado
ser rio augusto e saudoso.
Agora, o Segundo
Vice-Rei, por obra e graça,
não interessa, é da praça,
abriu-nos o Mundo:
Maconge não é Sul nem Norte,
e se o reinado é contestável,
ainda bem, é louvável,
da diferença nasce a sorte,
e neste que temos,
saibamos os outros louvar,
como rios que vão dar ao mar,
o mar de onde bebemos,
saibamos, por Maconge,
fazer o que nos lisonge!
uns sóis de Maconge,
num oásis, daqui bem longe,
quando peso a mais não era osso.
Um, era Rei,
um imbondeiro enorme
cuja flor se consome
onde haja da sua grei;
o outro, seria confrade,
se fosse caso disso
e não régio feitiço
de companheiro sem idade;
foi Vice-Rei, Majestoso,
e deixou-nos o legado
do reino por todo o lado
ser rio augusto e saudoso.
Agora, o Segundo
Vice-Rei, por obra e graça,
não interessa, é da praça,
abriu-nos o Mundo:
Maconge não é Sul nem Norte,
e se o reinado é contestável,
ainda bem, é louvável,
da diferença nasce a sorte,
e neste que temos,
saibamos os outros louvar,
como rios que vão dar ao mar,
o mar de onde bebemos,
saibamos, por Maconge,
fazer o que nos lisonge!
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