Aqueles Que Por Obras Valerosas Se Vão Da Lei Da Morte Libertando

Doutor Diogo Mourão Garcez Palha
Médico, amigo, cirurgião
Perdoem-me se a memória falha
Tinha voz sonante, como um trovão
Não morreu, diz comigo a maralha
Está vivo com o bisturi na mão
Lá em cima, no Céu, onde trabalha
Outros é que estão mortos cá no chão.

Esse Céu que para nós quer dizer
Algures em parte incerta sempre estar
É forma de Maconge responder
E o mistério da vida eternizar
Perdoem-me os que não querem crer
Partir é continuar a viajar
Pois se isto não estivesse a escrever
Como é que vos iria explicar?

O César da Silveira abriu caminho
E o Mendonça das Forças se seguiu
O Saraiva foi quem mostrou o ninho
Que do Mucúfi e Mapunda surgiu:
O garboso rio Tchimpumpunhino
Que pró Ruacaná se dirigiu
Recordo também o Doutor Higino
Que aos seus alunos as portas abriu.

E são estas memórias gloriosas
Dos amigos que vamos recordando
Cujas actividades engenhosas
Vão a nossa memória dilatando
Em hospitais e escolas tão briosas
Onde nós, candengues, fomos andando
"Aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando".