Bambu

Não sei donde veio
tão majestoso pé
que fogoso interveio
ousadamente na fé

na religiosidade
ao vento nas cambraias,
ao mistério da verdade
alcandorado entre as saias

que lá no primeiro andar
engalanavam o Liceu,
ousando, oh benditas, mostrar
sílabas do dom que Deus lhes deu.

Não sei se já trazia
intenção, ou aconteceu
guindar a academia
a Olimpo... e teceu

a mais bela camaradagem
entre doutores e caloiros
- bestas cheias de coragem,
verdadeiros toiros.

Oh, Bambu, Bambu,
o que seria o Liceu,
sem o Reino que tu
dominaste mais eu!

As praxes, as batinas,
as violas de acaso,
o desespero das rimas
pela luz de um caso.

Por mais que te cante,
Bambu, Bambu,
se fui estudante
foi porque tu

me contaste glórias,
algumas ambições
e um par de estórias
de loucos corações,

mas, valendo por tudo,
foi com o Levante,
o conto em que mudo
pra vida de estudante,

com a estória da fogaça
rebentando no céu nu:
estrala e passa,
menos tu, Bambu, Bambu!