Gente, oh! incrédula gente!
das margens deste Arade:
vós que hoje me chamastes
por vontade de Soba crente,
aqui voluntário me tendes,
mais do que por bondade.
Venho à Ceia de Maconge,
não costumo ser convidado;
sou estranho e amaldiçoado,
mas é estreia. Venho de longe...
Venho de terras longas, distantes.
Lá, onde abundam os imbondeiros gigantes;
lá, onde guardam mistério os elefantes,
podeis me encontrar...
Perto do grande rio do Sul,
num oco tronco me abrigo da noite fria.
Não temais a solidão, nos dias quentes da procura.
Chegados, vereis que o tempo vos sobra...
Aqui, os tempos são eternos, para longas caminhadas...
Logo entenderão, porque a velha Gagula de Sabá era minha tia...
Oh! incrédula gente! Gente sem fé!
Vinde, como Duparquet veio;
caminhai comigo ao longo do Cunene,
descalços, até onde as grandes águas se estreitam entre rochas,
e aí repousai, meditando...
Aguardai pelo ocre do ocaso, pela vertigem das cores...
Ouvi ao longe o batuque dos vossos corações...
Suku Yanguê!