Ao passar...

Ao passar o Equador,
Pus o pé, cai à água;
Não voltei a ter calor,
Ando só, com muita mágoa.

Chamaste-me retornado,
Nome que não fica bem;
Diz melhor abandonado,
Trocado por um vintém.

Sou apenas Macongino,
Homem que a sorte não teme;
O meu Reino, eu imagino,
Vai seguro, eu vou ao leme.

Vira ó vira, canto eu,
Lá vai mais uma golada;
Obrigado a quem me deu,
Esta uva bem tratada.

Já Deus Baco me dizia
Macongino, eu não te finto;
Vai bebendo, haja alegria,
Seja branco ou seja tinto!