Ceia do Seixal

A de Faro já passou,
Cumpriu-se a tradição.
P'ra do Seixal, aí vou
Acalmar meu coração.

Rever malta amiga,
Lembrar velhas histórias.
Resolver o que me intriga
Nas minhas fracas memórias.

Oh!, aquelas belas garotas
Lindas, lindas de encantar,
Delicadas me davam sopas
Que me faziam engasgar.

Mas, teimosinho eu era.
Calmo, voltava a insistir.
Como o galã não viera
Voltava-me a sorte a sorrir.

Ricos, os meus sentimentos,
De coração ainda menino
Em serenatas, em momentos,
Se apaixonou o macongino.

E assim, de tombo em tombo,
Fui petiscando aqui e ali.
Ferrando que nem marimbondo
Nas lindas rosas que colhi.

Se foram muitas ou poucas
Por aí, não me interessaram.
Não sai da minha cabeça louca
O bendito mel que deixaram.

E as fragâncias da Chela,
Terra ensopada, ai que odores,
Que andam comigo, na lapela
Revigorando meus amores.

Tudo isto e muito mais
Eu celebro em Maconge
Igual, fraterno, rituais
Que me fazem ver longe.

Venham daí, "velhos" e colegas,
Todos à Ceia do Seixal,
Recordar o sumo das adegas
O nosso velho "Sanguinhal"