Prosápia do Soba (2)

Aproveitando o tempo frio de Janeiro
É sempre pretexto para aquecermos
Estarmos numa Ceia com os seus rituais;
Canta-se o Hino sempre, primeiro,
Para o sumo de Baco a seguir benzermos,
Com viró-vira em honra dos ancestrais.

Se a nobreza do Reino o consentir,
E a malta sempre fixe assim quizer,
Com a sopa, no estômago aconchegada,
Vamos, velhas trovas voltar a ouvir,
Logo após se poisar a tal de colher;
Antes da perca vir bem estufada;

Já tenho saudades do "coitadinho do galo",
Mais do nosso "chapéu aos quadradinhos",
E, se a "velha da ilha" assim o permitir,
O chefe do protocolo vai tocar o badalo,
Para se ouvirem, bem desafinadinhos,
Os cantores que aparecem a seguir.

Quem, depois, quiser botar faladura,
Ou apresentar suas doutas opiniões,
Terá o espaço a tal arte dedicado,
Seja nobre, plebeu ou padre-cura;
Após a sobremesa para os glutões,
SILÊNCIO, que se vai cantar o FADO!