Trovas do Exílio - II

E na embala do Vice-Rei mais se ouviu
dos feitos dos barões que o Reino dilataram
e até das palacianas intrigas se permitiu
que fossem em verso cantadas e provaram
não ser certo o que antigamente se ouviu
em cochichos que outrora se espalharam:
Nunca o Vice-Rei o Título de Soberano
ousou retirar ao dos Suseranos o Suserano.

E também se contou que a ímpia gente
do Mar das Antilhas, a Senhora do Monte roubavam
deixando a branca capelinha num repente
sem a imagem que os naturais tanto amavam.
Levantou-se então um brado tão potente
do peito dos muílas que ali estavam
que os estrangeiros recuaram sem tardar
colocando a veneranda imagem no seu lugar.

Ainda os filhos do Mucúfi o exílio escuro
não conheciam ou nele pensavam,
na huilana terra de clima ameno e puro
a feroz jornalista Fernandina julgavam
na solene escadaria de mármore duro
onde os nobres do Reino se assentavam.
Depois que D. Adrega, Bispo santo perdoou
a inimiga depôs as armas e chorou.

Que este Reino da fantasia e da lenda
permaneça pelos tempos sem parança
pois em seu espírito é banhada a legenda
que o Duque do Chaungo ora avança
alevantando a sua bandeira estupenda:
acima o Reino de Maconge que a rubra lança
se espete na armadura azul do firmamento
para que a sua glória não caia no esquecimento.