Amizade e Fraternidade
Uma vez, para os lados de Maconge,
havia Ceia, capas negras e vozes de cristal.
Era daqueles sábados de cheiro
a mirangolo e pão torrado.
Os meus lábios não mais tiveram igual.
A noite luzia nos pássaros
(ou eram estrelas?) que por lá andavam:
pousavam... pairavam... gesticulavam,
pareciam abelhas... mas a rainha era Rei.
Nunca tinha visto um Rei,
e àquele, os astros rendiam-se:
no seu reino cabe o universo
mais a imaginação que dele fazemos.
Soube que mais tarde, quando já só às amoras
posso falar desse Rei.
Por isso não me calo!
Falo da voz com adolescente dentro,
do abraço com mar incluso,
do bigode com a piada fresca e pronta...
ah, se fizéssemos da sua paixão uso
e seguíssemos a sua predilecta conta,
era-nos mais fácil entender
porque Maconge não se define
e é universo sem deve nem haver
onde a ausência rime.