Poetas de Maconge

Hoje lembrarei
Alguns mui finos
Bem dados à grei,
Bardos Maconginos.

D. Rui Ferreira Coelho,
D. César Paulo da Silva,
Gloriosos e de selho,
Da epopeia viva.

Que as Macongíadas
Desses Principes dos Poetas
Ao Povo sejam lidas,
Lhes sejam descobertas.

D. Jorge Arrimar,
Em "Trovas do Exílio",
Quão fino relatar
De poeta exímio.

Bardo do Reino,
Há tempos ungido,
Verseja com treino
Em jeito antigo.

Emílio Leite Velho,
Digno Cantor Real,
É assunto sério,
Macongino leal.

E outros tantos
De quem vou falar,
Poetas quantos
Me possa lembrar.

O Paiva de Carvalho
Ilustra os poemas
Em telas de trabalho
Sublime... apenas.

Poeta Zé Frade,
Tanto p'ra dizer,
Tem musicalidade,
Sabe bem escrever.

José Luis Higino,
Versada escorreita.
É um desatino,
Fá-la bem feita.

Henrique (Higino) Vieira,
Rico Soba de Faro,
De rima verdadeira,
Em poeta mui raro.

Esperança Traguedo,
Das terras do Quipungo,
Troxe-nos folguedo
De amar o mundo.

Maria Teresa Marques,
Em sua "Quitandeira":
Som, odor e cor; artes.
Canta, de que maneira...

Adriana Nobre Simões,
Poemas disfarçados,
Sentir de corações,
Muito, muito amados.

D. Carlos Painho,
João Manjericão,
Um é trovadorinho,
Outro um poetão.

Inês Sousa Gomes,
Dito assim, quem é?
Se Maria do Céu pomos,
Geo. prof. pois é.

Necas, o Soba,
Suzete poetisa.
Dos dois a obra?
Muito bem, trisa.

O Pipo - João Simões,
O Timam - T. Homem,
"Nos capim danadões"
As musas não dormem.

Hugo de Sousa,
Rui Correia de Freitas,
Dum, fados que ousa,
Doutro, rimas bem feitas.

Da Adélia Vaz,
Que bela poesia.
Da Maria da Paz,
Sublime melodia.

Da Nélia Godinho,
Rimas de carinho.
Da Graça Arrimar,
Amar de mansinho.

Poetas há, muitos mais,
De pena singela.
São em nossos anais,
De poética mui bela.

E dos que não falei,
Puro esquecimento
Dos nomes, não sei,
P'ra meu tormento.

Viva Maconge,
Viva Huila,
Viva longe
Se não é Muhuila.